27 de setembro de 2011
“Queremos Miles” Davis só até amanhã
Por Julia Viegas
O CCBB apresenta até esta quarta-feira (28/9) a exposição Queremos Miles - Miles Davis , lenda do jazz. São fotos, quadros, pautas musicais, capas de álbuns. E o melhor, o clima da época áurea desse estilo musical tão envolvente: bebop e cool jazz, os anos 1950 e o som visceral do seu trompete. As “salas coloridas”presentes na exposição nos ambientam em cada fase desse execelente músico. É como se imergíssemos. Desde os primórdios do jazz, em preto e branco, até sua fase hippie psicodélica. São destaques os vídeos, o quadro do Basquiat e os quadros pintados pelo próprio Davis, que utilizou a pintura para recuperar-se de um AVC. Infelizmente, foi desse problema que músico morreu e amanhã faz 20 anos que o perdemos. Uma bela homenagem.
“Um ano depois de eu nascer, um violento tornado devastou Sain Louis (...) É provável que eu tenha um pouco desse poderoso sopro. É preciso disso para tocar trompete”.
24 de setembro de 2011
Nevermind, o espírito continua jovem
Por Julia Viegas
Diz-se que após os 19 anos não se está mais na adolescência. Nevermind, o revolucionário álbum da banda de rock de Seatle (EUA), Nirvana, completa 20 anos hoje (24/9). Deixa de ser uma cheirosa e fresca adolescente para tornar-se uma jovem conceituada. Segundo álbum da banda, um dos mais vendidos da história da indústria fonográfica (30 milhões de cópias) e um marco na história do rock’n’roll, Nevermind receberá uma homenagem estrondosa à sua altura. Dia 1° de outubro a música Smells like teen spirit, carro-chefe do famoso álbum de 1991, será tocada 144 vezes seguidas no festival Scotiabank Nuit Blanche, no Canadá. A homenagem vai reunir várias bandas de rock underground, que se revezarão durante 12 horas tocando versões do hit. O palco será aberto para todos que quiserem participar. Segundo os organizadores, a letra será distribuída, “mas ninguém precisará dela”. Trata-se de um hino de uma geração.
Para nós, já quase na casa dos 30, a existência do álbum provocou um furor agradabilíssimo. Precisávamos expressar nossa agressividade, como todo teenager. Kurt Cobain e sua turma nos dava sempre bons motivos para isso.
O sacrifício de Kurt em sua loucura, o ritmo acelerado do coração, as roupas e atitudes quebra-sistema. Ainda hoje, toda vez que ouço os acordes iniciais de Smells Likes Ten Sprit, sinto meu corpo vibrar. É um êxtase absoluto, um estado de Nirvana. Iluminado estava Kurt ao produzir esse som, que parece um grito primal. E é. Soa como os sagrados acordes de Satisfaction, de uma geração anterior à nossa – que, ironicamente, achava que não tínhamos objetivo nenhum. E nós achando isso dos jovens atuais (vide Rock in Rio). Só que, antes de antes de nós, achavam isso dos outros também.
Façamos uma autocrítica, talvez não quiséssemos nada mesmo. Nem revolução nem outro mundo, um que fosse melhor. Queríamos quebrar tudo e ser. Cada pulo que eu dei ouvindo Nirvana, cada bater de cabeça, valeu a pena. Afinal, não importa, não me preocupo, o espírito continuará sempre jovem. Hello, hello, hello, hello...
Para nós, já quase na casa dos 30, a existência do álbum provocou um furor agradabilíssimo. Precisávamos expressar nossa agressividade, como todo teenager. Kurt Cobain e sua turma nos dava sempre bons motivos para isso.
O sacrifício de Kurt em sua loucura, o ritmo acelerado do coração, as roupas e atitudes quebra-sistema. Ainda hoje, toda vez que ouço os acordes iniciais de Smells Likes Ten Sprit, sinto meu corpo vibrar. É um êxtase absoluto, um estado de Nirvana. Iluminado estava Kurt ao produzir esse som, que parece um grito primal. E é. Soa como os sagrados acordes de Satisfaction, de uma geração anterior à nossa – que, ironicamente, achava que não tínhamos objetivo nenhum. E nós achando isso dos jovens atuais (vide Rock in Rio). Só que, antes de antes de nós, achavam isso dos outros também.
Façamos uma autocrítica, talvez não quiséssemos nada mesmo. Nem revolução nem outro mundo, um que fosse melhor. Queríamos quebrar tudo e ser. Cada pulo que eu dei ouvindo Nirvana, cada bater de cabeça, valeu a pena. Afinal, não importa, não me preocupo, o espírito continuará sempre jovem. Hello, hello, hello, hello...
As muitas faces do vocalista Kurt Cobain |
20 de setembro de 2011
Apoiamos a manifestação contra a corrupção!
Por Andreia Moore
Hoje, terça-feira, 20 de setembro haverá uma manifestação às 17h na CINELÂNDIA (se você não está no Rio veja onde será em sua cidade) contra a corrupção, promovida por pessoas comuns, gente como a gente.
Hoje, terça-feira, 20 de setembro haverá uma manifestação às 17h na CINELÂNDIA (se você não está no Rio veja onde será em sua cidade) contra a corrupção, promovida por pessoas comuns, gente como a gente.
A divulgação está sendo feita pela internet e os organizadores não têm vínculo com partidos políticos! Portanto, se você tem consciência de tudo que está acontecendo, não se deixa alienar pela mídia e pelo seu descompromisso com a verdade, participe desta manifestação!
Não podemos mais cruzar os braços e aceitar salários mínimos, "mínimos", professores desvalorizados, bombeiros sem condições de trabalho, bondes em péssimo estado de conservação causando trágicas mortes, crianças sendo exploradas em trabalho escravo, moradores de rua, construções de mansões ilegais prejudicando o meio ambiente, para beneficiar apresentador de tv, empresários riquíssimos apoiando campanhas políticas... CHEGA! É tudo tão desumano. Você continuará assistindo sua novelinha das oito e se alienando? Ou lutará por uma sociedade justa e um futuro melhor para TODOS!?
8 de setembro de 2011
Respeitável público: Tangolomango une artistas circenses do Brasil e da Argentina
Por Julia Viegas
Estão abertas, até 23 de setembro, as inscrições para o festival Tangolomango. O evento de música, dança e debates, vai ser realizado entre os dias 10 e 13 de novembro no Circo Voador. Essa iniciativa, além de brindar a integração da América Latina, é muito democrática: todos os artistas que atuam na área de circo, música e dança podem participar. O edital está disponível no site www.tangolomango.com.br
Estão abertas, até 23 de setembro, as inscrições para o festival Tangolomango. O evento de música, dança e debates, vai ser realizado entre os dias 10 e 13 de novembro no Circo Voador. Essa iniciativa, além de brindar a integração da América Latina, é muito democrática: todos os artistas que atuam na área de circo, música e dança podem participar. O edital está disponível no site www.tangolomango.com.br
7 de setembro de 2011
Arte de rua
Por Andreia Moore
A Mostra de arte paralela ART RUA reunirá na Gamboa de 07 a 11 de setembro alguns dos melhores artistas de Street Art do eixo Rio-São Paulo, que participarão também da revitalização do Porto Maravilha, deixando um legado para a cidade.
Alguns dos mais consagrados grafiteiros do Brasil e novos nomes da cena de Street Art do País estarão reunidos neste evento.
O evento de arte urbana tem entrada gratuita no Galpão da Gamboa (Rua Pedro Ernesto 29 – Gamboa).
Saiba mais em: http://www.facebook.com/institutorua
3 de setembro de 2011
Lago dos Cisnes no Theatro Municipal
Por Julia Viegas
Magnífica apresentação da companhia de ballet Kirov, do teatro Mariinsky (Rússia). No Rio de Janeiro para uma curta temporada apresentaram este fim de semana O Lago dos Cisnes, obra de Tchaikovsky, recentemente "adaptada"* para o cinema por Darren Aronofsky. Há uma década a companhia russa, que tem 273 anos, não vinha ao Brasil.
Bailarinos expressivos dançando maravilhosamente, com alma. Figurinos impecáveis, cores e tecidos. Músicos e orquestra sensacionais (Orquestra Sinfônica de Barra Mansa) regendo as já conhecidas como mais belas da história da música clássica.
O ballet conta a história da princesa Odette, transformada em cisne por um bruxo, e do príncipe Siegfriend, por quem ela se apaixona. Infelizmente, o final da história foi modificado pela companhia, o que prejudicou a dramaticidade do enredo. Mas, não a apresentação: deslumbrante.
O ballet conta a história da princesa Odette, transformada em cisne por um bruxo, e do príncipe Siegfriend, por quem ela se apaixona. Infelizmente, o final da história foi modificado pela companhia, o que prejudicou a dramaticidade do enredo. Mas, não a apresentação: deslumbrante.
Cisne Branco e virginal |
Cisne negro: o feitiço consumado |
Na segunda-feira, o grupo apresenta trechos de “Carmen” e “Don Quixote” também no Theatro Municipal.
ATENÇÃO: O Ballet Kirov se apresentará nesta quarta-feira, sete de setembro, gratuitamente na Quinta da Boa Vista.
ATENÇÃO: O Ballet Kirov se apresentará nesta quarta-feira, sete de setembro, gratuitamente na Quinta da Boa Vista.
Quinta da Boa Vista: 7 setembro, quarta-feira, às 17:30. Programação: “Chopiniana” (Chopin) e o segundo ato de “O lago dos cisnes”. Grátis.
*Artigo "Cisne Negro: beleza, som e fúria", no arquivo do mês de junho deste blog.
1 de setembro de 2011
À espera da Melancolia
Por Julia Viegas
A aproximação do planeta Melancholia traz efeitos nefastos sobre nós. Vamos descobrindo ao longo do filme. Primeiro, os humores parecem alterados, pessoas são demasiadamente sinceras. A proximidade de algo inusitado faz cair máscaras sociais. Uma festa luxuosa, o casamento de Justine. Um castelo e uma longa área verde. Organizado por sua irmã super-protetora Claire. E bancada pelo cunhado mal-humorado Michael. O marido de Claire sabe tudo de astronomia e calcula minuciosamente o que vai acontecer. No entanto, não explica. Quando vão surgindo os efeitos, ele vai tratando de acalmar a esposa. Ocorrem coisas belas e assustadoras. Como, chuvas de algo como pétalas brancas de flores; raios lilases aparecem nas antenas parabólicas e até mesmo nos dedos de Justine (algo meio spider-man mesmo); os cavalos se agitam furiosamente e o efeito principal: perde-se a respiração.
Pois, foi justamente o que eu senti. Michael explica à aflita Claire, que cuida do filho de poucos 5 ou 6 anos e de sua irmã mais nova – apesar de Justine estar imune ao acontecimento – o planeta Melancholia, ao entrar na órbita terrestre, suga o oxigênio de nossa atmosfera. Estava explicado. Só que, para mim, teve muito mais: chorei com Justine por sua dificuldade em mover as pernas, na sua dor, na perda do paladar. Em frente à banheira, chorei com Claire e Justine, essas duas irmãs maravilhosas, opostas e complementares. Revoltei-me junto com Justine quando sozinha no escritório do cunhado. Aplaudi seu gesto de rebeldia ao arrancar todos os livros de arte abstrata, geométrica, quadrada, expostos nas prateleiras e colocar força, dor, vivacidade: Caravaggio, Brueguel, Bosch. Tudo o que é humano e ferve. Quebrou-se o encanto da “festa de princesa”, passou da meia-noite e as coisas começaram a ser verdadeiras. Abriram as portas da percepção de William Blake. Emocionei-me com a heroína Claire, incorporada pela fabulosa Charlotte Gainsbourg – estou realmente começando a ficar fã dessa atriz, assim como sou de seu pai, desde o Anticristo, onde ela interpreta uma personagem totalmente diferente de Claire. Quanto ao Lars Von Trier, vou amá-lo sempre. Uma sina cinéfila de sua realidade; identificação. Pode falar a besteira que for. Pessoas como ele estão acima do bem e do mal. Von Trier é o Nietzche do cinema contemporâneo. Agradecida por sua coragem e capacidade de mostrar na tela o que muitos fecham os olhos para ver: o ser humano em seu estado bruto. E aí falo de todos os seus filmes, de Zentropa à Dogville (espetacular!), de Dançando no Escuro ao estupendo Festa de Família. Algo diferente a partir de Anticristo: parece-me que Von Trier vai mudando seu estilo, abandonando a câmera na mão e adotando uma estética visual mais sofisticada. Não sei se isso é bom. É diferente. Gosto dos dois. Gosto de tudo. Dele, meu Godard contemporâneo. E quem não gostar, seus dedos dizem tudo: F-U-C-K. Os gênios são assim.
Charlotte Gainsbourg interpreta Claire
Lars Von Trier
E a mão do diretor, que conduz os filmes...
Nicole Kidman no insuperável Dogville
A aproximação do planeta Melancholia traz efeitos nefastos sobre nós. Vamos descobrindo ao longo do filme. Primeiro, os humores parecem alterados, pessoas são demasiadamente sinceras. A proximidade de algo inusitado faz cair máscaras sociais. Uma festa luxuosa, o casamento de Justine. Um castelo e uma longa área verde. Organizado por sua irmã super-protetora Claire. E bancada pelo cunhado mal-humorado Michael. O marido de Claire sabe tudo de astronomia e calcula minuciosamente o que vai acontecer. No entanto, não explica. Quando vão surgindo os efeitos, ele vai tratando de acalmar a esposa. Ocorrem coisas belas e assustadoras. Como, chuvas de algo como pétalas brancas de flores; raios lilases aparecem nas antenas parabólicas e até mesmo nos dedos de Justine (algo meio spider-man mesmo); os cavalos se agitam furiosamente e o efeito principal: perde-se a respiração.
Pois, foi justamente o que eu senti. Michael explica à aflita Claire, que cuida do filho de poucos 5 ou 6 anos e de sua irmã mais nova – apesar de Justine estar imune ao acontecimento – o planeta Melancholia, ao entrar na órbita terrestre, suga o oxigênio de nossa atmosfera. Estava explicado. Só que, para mim, teve muito mais: chorei com Justine por sua dificuldade em mover as pernas, na sua dor, na perda do paladar. Em frente à banheira, chorei com Claire e Justine, essas duas irmãs maravilhosas, opostas e complementares. Revoltei-me junto com Justine quando sozinha no escritório do cunhado. Aplaudi seu gesto de rebeldia ao arrancar todos os livros de arte abstrata, geométrica, quadrada, expostos nas prateleiras e colocar força, dor, vivacidade: Caravaggio, Brueguel, Bosch. Tudo o que é humano e ferve. Quebrou-se o encanto da “festa de princesa”, passou da meia-noite e as coisas começaram a ser verdadeiras. Abriram as portas da percepção de William Blake. Emocionei-me com a heroína Claire, incorporada pela fabulosa Charlotte Gainsbourg – estou realmente começando a ficar fã dessa atriz, assim como sou de seu pai, desde o Anticristo, onde ela interpreta uma personagem totalmente diferente de Claire. Quanto ao Lars Von Trier, vou amá-lo sempre. Uma sina cinéfila de sua realidade; identificação. Pode falar a besteira que for. Pessoas como ele estão acima do bem e do mal. Von Trier é o Nietzche do cinema contemporâneo. Agradecida por sua coragem e capacidade de mostrar na tela o que muitos fecham os olhos para ver: o ser humano em seu estado bruto. E aí falo de todos os seus filmes, de Zentropa à Dogville (espetacular!), de Dançando no Escuro ao estupendo Festa de Família. Algo diferente a partir de Anticristo: parece-me que Von Trier vai mudando seu estilo, abandonando a câmera na mão e adotando uma estética visual mais sofisticada. Não sei se isso é bom. É diferente. Gosto dos dois. Gosto de tudo. Dele, meu Godard contemporâneo. E quem não gostar, seus dedos dizem tudo: F-U-C-K. Os gênios são assim.
Charlotte Gainsbourg interpreta Claire
Lars Von Trier
E a mão do diretor, que conduz os filmes...
Nicole Kidman no insuperável Dogville
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