Por Julia Viegas
Diz-se que após os 19 anos não se está mais na adolescência. Nevermind, o revolucionário álbum da banda de rock de Seatle (EUA), Nirvana, completa 20 anos hoje (24/9). Deixa de ser uma cheirosa e fresca adolescente para tornar-se uma jovem conceituada. Segundo álbum da banda, um dos mais vendidos da história da indústria fonográfica (30 milhões de cópias) e um marco na história do rock’n’roll, Nevermind receberá uma homenagem estrondosa à sua altura. Dia 1° de outubro a música Smells like teen spirit, carro-chefe do famoso álbum de 1991, será tocada 144 vezes seguidas no festival Scotiabank Nuit Blanche, no Canadá. A homenagem vai reunir várias bandas de rock underground, que se revezarão durante 12 horas tocando versões do hit. O palco será aberto para todos que quiserem participar. Segundo os organizadores, a letra será distribuída, “mas ninguém precisará dela”. Trata-se de um hino de uma geração.
Para nós, já quase na casa dos 30, a existência do álbum provocou um furor agradabilíssimo. Precisávamos expressar nossa agressividade, como todo teenager. Kurt Cobain e sua turma nos dava sempre bons motivos para isso.
O sacrifício de Kurt em sua loucura, o ritmo acelerado do coração, as roupas e atitudes quebra-sistema. Ainda hoje, toda vez que ouço os acordes iniciais de Smells Likes Ten Sprit, sinto meu corpo vibrar. É um êxtase absoluto, um estado de Nirvana. Iluminado estava Kurt ao produzir esse som, que parece um grito primal. E é. Soa como os sagrados acordes de Satisfaction, de uma geração anterior à nossa – que, ironicamente, achava que não tínhamos objetivo nenhum. E nós achando isso dos jovens atuais (vide Rock in Rio). Só que, antes de antes de nós, achavam isso dos outros também.
Façamos uma autocrítica, talvez não quiséssemos nada mesmo. Nem revolução nem outro mundo, um que fosse melhor. Queríamos quebrar tudo e ser. Cada pulo que eu dei ouvindo Nirvana, cada bater de cabeça, valeu a pena. Afinal, não importa, não me preocupo, o espírito continuará sempre jovem. Hello, hello, hello, hello...
Para nós, já quase na casa dos 30, a existência do álbum provocou um furor agradabilíssimo. Precisávamos expressar nossa agressividade, como todo teenager. Kurt Cobain e sua turma nos dava sempre bons motivos para isso.
O sacrifício de Kurt em sua loucura, o ritmo acelerado do coração, as roupas e atitudes quebra-sistema. Ainda hoje, toda vez que ouço os acordes iniciais de Smells Likes Ten Sprit, sinto meu corpo vibrar. É um êxtase absoluto, um estado de Nirvana. Iluminado estava Kurt ao produzir esse som, que parece um grito primal. E é. Soa como os sagrados acordes de Satisfaction, de uma geração anterior à nossa – que, ironicamente, achava que não tínhamos objetivo nenhum. E nós achando isso dos jovens atuais (vide Rock in Rio). Só que, antes de antes de nós, achavam isso dos outros também.
Façamos uma autocrítica, talvez não quiséssemos nada mesmo. Nem revolução nem outro mundo, um que fosse melhor. Queríamos quebrar tudo e ser. Cada pulo que eu dei ouvindo Nirvana, cada bater de cabeça, valeu a pena. Afinal, não importa, não me preocupo, o espírito continuará sempre jovem. Hello, hello, hello, hello...
As muitas faces do vocalista Kurt Cobain |
Texto maravilhoso, emotivo, que me remete a outros gritos primais que ouvi e gritei na juventude. Como é bom ser jovem e querer apenas "quebrar tudo"! Obrigada por me levar de volta àqueles anos rebeldes! Simone
ResponderExcluirHomenagem mesmo ia ser botar um monte de instrumentos musicais e deixar todo mundo quebrar tudo a vontade. Pelo que sei, o Kurt já estava de saco cheio dessa música e ia ficar pto de ouvir tocar 12h seguidas. Abç, Bruno.
ResponderExcluirSeria mesmo uma boa ideia. E podiam tocar várias músicas do Nirvana, não só a Smells Like.
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